Kaip Country 2012: Almir Sater


Amanha dia 06 de Julho, estará em jales o renomado cantor Almir Sater, se apresentando no Kaip Country 2012. O Kaip Country é uma festa popular que este ano volta a ser realizada na cidade de Jales e estará comemorando 20 anos de sucesso. Os shows previstos para o final de semana alem do Almir Sater, serão João Lucas & Marcelo nos dias 07/07 e Israel e Rodolfo 08/07.
Todos os lotes de Mesas Já estão vendidos! 

Venda de automóveis em junho é a maior da história do setor


A venda de automóveis em junho foi a maior para o mês da história do setor no país, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).


A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis favoreceu os negócios. Neste ano, as vendas de veículos novos, entre nacionais e importados, somaram 353,2 mil unidades, um crescimento de 22,9% em junho na comparação com maio.

Segundo o presidente da associação, Cledorvino Belini, “a redução do IPI foi uma medida acertada por parte do governo, as montadoras reduziram os seus estoques e, agora, há aumento de produção e emprego”.

A medida termina no dia 31 de agosto e, de acordo com Belini, não terá nova prorrogação por parte do governo. Até lá, para ele, ainda há espaço para mais crescimento do mercado de consumo, “a elasticidade é muito grande”.

Acompanhando a alta na comercialização, a geração de empregos no setor também subiu de 145 mil trabalhadores contratados em maio para 147 mil em junho.

Com o ritmo de vendas acelerado, os estoques nas fábricas e concessionárias caíram de 409,7 mil unidades em maio para 342 mil em junho. A produção de veículos, no entanto, apresentou queda de 2,6% em junho ante maio.

A expectativa, na opinião de Belini, é de crescimento na produção para suprir essa baixa dos estoques, “o nível de estoques está confortável e isso, agora, vai fazer acelerar a produção”.

Fonte: Agência Brasil

Museu Guimarães Rosa é reaberto com a obra completa do escritor

Um pedaço do sertão e de tudo o que ele um dia representou para João Guimarães Rosa (1908-1967) cabe agora dentro de uma casa. E não haveria espaço mais seguro para esse mesmo sertão que a própria residência desse que é um dos mais importantes escritores brasileiros.


museu Guimarães Rosa
Museu funciona na casa onde Guimarães Rosa viveu quando criança
Tombada como museu desde 1974, a casa de Guimarães Rosa, em Cordisburgo, na Região Central de Minas Gerais, serviu por anos de estada modesta de sua memória. Em maio passado, no entanto, o espaço foi fechado para requalificação, sem perder a nostalgia. As obras custaram R$ 700 mil, com recursos da Petrobrás e do Ministério da Cultura.

Assim, paredes e pisos tiveram devolvida a beleza singela que o passar dos anos desfez. Um novo circuito elétrico foi projetado para que a tecnologia – são usados equipamentos de áudio e vídeo, até então guardados – fosse integrada a todos os cômodos.

A partir desta sexta-feira (6) o Museu Casa Guimarães Rosa será reaberto ao público com três exposições, que transportam não somente a obra literária, mas as faces de um sertão tão aclamado pelo escritor e que, indiscutivelmente, ainda pulsam pelas ruelas, casas e semblantes dos moradores de Cordisburgo.

Há 60 anos Guimarães cortava o sertão mineiro ao lado de oito vaqueiros – sendo um deles, Manuelzão, imortalizado na obra –, levando 300 cabeças de gado pelos 240 quilômetros que separam as cidades de Três Marias e Araçaí.

Do percurso, feito em dez dias, o escritor anotou punhados de prosas, causos, sensações e aventuras. Dali nasceram, quatro anos mais tarde, os livros “Corpo de Baile”, “Tutameia” e o aclamado “Grande Sertão: Veredas”.

Este último, lançado em 1956, apropria-se agora da sala de exposição temporária do museu, por meio da mostra fotográfica “A boiada: 60 anos de travessia”, de Eugênio Silva. Dividem espaço com as fotos, páginas das cadernetas com manuscritos e datiloscritos que Rosa fizera em maio de 1952.

Duas novidades que passam a compor o centro de memória são o “Manto do Vaqueiro”, e o documentário inédito “Conto o que vi, o que não vi não conto”.

Fonte: jornal Hoje em Dia

Arte e futebol: Qualquer maneira de amar vale a pena

Que a arte seja sempre a nossa inspiração! Foi o que a artista plástica, pesquisadora e agora escritora Mazé Leite me escreveu na dedicatória do seu primeiro livro, As Artes Plásticas na formação do professor. A noite de autógrafos aconteceu nesta quarta, 4 de julho, algumas pessoas reunidas ao lado da sensível mestra em uma livraria na rua Augusta, fogos de artifício riscando o céu de lua.


Por Christiane Marcondes*


O dia amanhecera com uma energia poderosa, a da torcida corinthiana indo em busca do seu primeiro título na Taça Libertadores. A São Paulo da avenida Ipiranga com São João, esquina eternizada pelo olhar poético de Caetano Veloso, logo se tornaria outra esquina para mim.

Padroeiros e gaviões

Antes o lançamento do livro. A disputa da festa literária com a do futebol era nenhuma, porque arte não concorre, enseja espetáculos. O do Corinthians teria como palco o Estádio do Pacaembu e os bares e casas iluminados de norte a sul no país. Ninguém dormiu antes do apito final do segundo tempo, que deu vitória ao time brasileiro contra o argentino Boca Juniors. A capital paulistana não adormeceria antes do sol nascer.

Se Deus criou a religião conforme os livros sagrados das diversas fés que existem no mundo, o homem criou a religião do futebol. Ou foi um brasileiro que criou essa religião de São Jorge?

A Mazé já começou a noite vitoriosa, com uma obra pronta e acabada, meticulosa, poética e ao mesmo tempo esclarecedora, imprescindível não só para professores, como também para leigos e diletantes na arte. O público era o da torcida desuniformizada, ainda que seu coração batesse por algum time de futebol. Entre os presentes mais afinados com a profissão da autora estava João Cândido Portinari, o filho do nosso famoso pintor comunista. Mas deixa o título, comunista, corinthiano ou qualquer outro, o que vale é o ponto de intersecção entre todos na livraria: paixão!

Despotismo liberado

Uma freira e artista plástica de sólida vocação e alta produtividade confessou a mim, em vez de aos padres, certa vez: “A arte e Deus são dois senhores impositivos, já me debati entre as exigências de ambos”.

Pode-se incluir aqui o futebol como outro senhor impositivo, pelo menos depois de ontem virou um deus. Quem torceu “contra” não ficou de fora, não poderia, era ajoelhar e rezar. 

Quem foi ao lançamento do livro da Mazé, como João Carlos Amazonas, filho do grande João Amazonas, os jornalistas Joana Rozowykwiat, Claudio Gonzalez e José Carlos Ruy, que jogam no time do Vermelho cinco dias por semana, e outras tantas personalidades de destaque na cultura ou na área das humanidades, também co-participou da noite que o Corinthians reivindicou para si.

De volta à livraria

Conversa boa, reflexões modestas, riso compartilhado. A noite iria longe. Saí antes do jogo acabar porque moro perto do estádio, saí com uma “bola no pé”, o livro, ensaiando um jogo rápido com aquelas páginas que me encantaram apenas ao folheá-las. Conheço há tempos tanto as pinceladas como as letras sutis e precisas de Mazé Leite. Não batem na trave, fazem gol.

Despedi-me contrariada, peguei o carro e o caminho de volta para casa. No trajeto uma cena desconcertante, aqui relatada sem nenhum julgamento. Na esquina da avenida Dr Arnaldo com a Dr Paulo Passaláqua - esta interditada pela CET e lotada de viaturas policiais - visualizei os hospitais do Câncer e Emílio Ribas com luzes resplandecentes, mais à frente o velório e o cemitério do Araçá. À minha direita na Dr Arnaldo, em frente aos hospitais, o boteco com telão e torcedores tomando a rua, gritos, bandeiras, suores. 

Certamente havia pelo menos um morto sendo velado, alguns doentes mais graves nos leitos dos hospitais. Fiquei confusa, aprendi na auto-escola que se faz silêncio em frente ao hospital. Não se buzina, mas não há placas que digam algo a respeito de soltar fogos. Nessa noite, São Paulo, a cidade onde tudo se proíbe, permitiu uma comemoração inédita, geral e irrestrita. E na companhia da lua, que não posso apagar da cena noturna de São Paulo, surgiu de novo no meu campo de visão.

Passei por todos e tudo, o livro silencioso no banco do carona, a mente fervendo com ideias disparatadas, uma crônica germinando, uma certeza cristalizada: alegria não faz mal para doentes e a religião futebol pode consolar os enlutados. Imaginei que até mesmo a famosa festa da independência dos Estados Unidos deve ter sido obscurecida pelo fenômeno Corínthians.

E vamos em frente porque quem entende de arte sabe que todo o resto são detalhes! Mais tarde, enquanto os fogos e carros tomavam as ruas, li o primeiro capítulo do livro da Mazé. Dormi sabendo uma ou duas coisas a mais sobre a vida.