Marcha para Jesus

20ª Marcha para Jesus terá 10 trio elétricos

20ª Marcha para Jesus terá 10 trio elétricos - 1 (© Mariana Lenharo AE)
A 20ª Marcha para Jesus deve receber 5 milhões de pessoas, em São Paulo, segundo expectativa dos organizadores do evento.
Os 10 caminhões trio elétricos acompanharão os fieis que seguirão em caminhada até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, próxima ao Campo de Marte, na Zona Norte da capital.
Ruas da região estejam interditadas e a situação é tranquila nas intermediações das Avenidas Tiradentes, Santos Dumont e a Praça Campo de Bagatelle.
Organizado pela Igreja Renascer, a Marcha para Jesus terá 10 trio elétricos e shows às 14h.
A Marcha percorrerá as Avenidas Tiradentes e Santos Dumont e a Praça Campo de Bagatelle.
Os shows na Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira e na Avenida Santos Dumont, em São Paulo, acontecerão das 14h às 20h3.
A Marcha Para Jesus provocou interdições neste sábado em cinco pontos da zona norte. Os bloqueios vão até a madrugada de domingo.
Confusão: o início do evento foi um pouco conturbado, com empurra-empurra na altura do Metrô Tiradentes, onde algumas pessoas passaram mal por conta da aglomeração.

Denúncia do presidente Mujica desata crise no partido colorado

A denúncia do presidente uruguaio, José Mujica, sobre vínculos de setores do Partido Colorado do Paraguai com o narcotráfico, desatou uma profunda crise nessa organização, principal protagonista na destituição do presidente Fernando Lugo.



Em suas declarações, que causaram um grande impacto no setor político paraguaio, Mujica assinalou que o "narcocoloradismo" foi o autor da conspiração para materializar o golpe parlamentar destinado a tirar o chefe de Estado eleito pela população de seu cargo.

Isso se converteu no sinal para que, em meio a violenta disputa pela candidatura presidencial para as eleições de 2013, na qual o partido está envolvido, todas os olhares se dirigissem para um dos candidatos presidenciais, o opulento empresário Horacio Cartes.

Já o presidente Lugo havia assinalado que Cartes foi o principal organizador do golpe ao realizar um pacto com o então vice-presidente da República, Federico Franco, dirigente do Partido Liberal, que ocuparia a presidência da República até as próximas eleições em troca de apoiar seu plano.

A direção dos colorados, da qual fazem parte outros dois candidatos, Lilian Samaniego e Ivier Zacarías, exigiu publicamente de Cartes uma declaração na qual esclareça publicamente suas relações com o narcotráfico e com a lavagem de dinheiro.

O pedido de Samaniego e Zacarías, além de fazer parte da luta interna na entidade pela candidatura presidencial, baseou-se em elementos públicos sobre a conduta de Cartes que, imediatamente, voltaram a sair à luz nos debates realizados pelos representantes das duas partes nos meios de comunicação.

Segundo esses dados apresentados pelos adversários de Cartes, este esteve foragido da justiça durante quatro anos acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, até que se entregou na década dos 90, foi condenado em várias instâncias, mas surpreendentemente seu caso foi depois arquivado.

Foi acusado também, disseram seus colegas de partido, de tráfico de cigarros e drogas, enquanto um telegrama difundido pelo Wikileaks o situou sob a mira de agências antidrogas pelo mesmo delito de facilitar através de seu banco Amambay a lavagem de dinheiro.

A polêmica no interior do Partido Colorado subiu de tom nos últimos dias enquanto acerca-se a data estabelecida pelo Tribunal de Justiça Eleitoral para a apresentação oficial da lista de candidatos para as próximas eleições.

O tom das acusações e os elementos apresentados, dos quais Cartes se defende atacando contra seus oponentes, dão cada vez mais valor à denúncia do presidente Mujica sobre a vinculação do famoso narcocoloradismo com o golpe contra Lugo que, concretamente, não é condenado pelos Estados Unidos.

Fonte: Prensa Latina

Lalo Leal Filho: Olimpíadas de Londres, o importante é faturar

Os Jogos Olímpicos de Londres terão cobertura exclusiva da Record na TV aberta. Neste ano a euforia com que a Globo cerca eventos desse tipo desapareceu. Em cada Olimpíada (ou Copa do Mundo) éramos bombardeados por informações quase sempre sem nenhuma importância transmitidas em qualquer programa da emissora.

Por Laurindo Lalo Leal Filho*

Olimpíadas de Londres, o importante é faturar

Será a primeira vez na história recente da televisão brasileira em que conquistas esportivas internacionais não serão transmitidas pela Globo. Os Jogos Olímpicos de Londres terão cobertura exclusiva da Record na TV aberta, a um custo aproximado de 60 milhões de dólares. Dos quais 22 milhões já foram recuperados com a venda para a Globosat dos direitos de transmissão para a TV paga.

Neste ano a euforia com que a Globo cerca eventos desse tipo desapareceu. Em cada Olimpíada (ou Copa do Mundo) éramos bombardeados por informações quase sempre sem nenhuma importância transmitidas em qualquer programa da emissora.

Nos telejornais e nos auditórios era um desfilar permanente de atletas, dirigentes, torcedores, sem faltar familiares de esportistas comemorando vitórias ou chorando derrotas.

Às vésperas da abertura dos jogos britânicos parece que eles nem existem para a emissora líder. Nos jogos da seleção brasileira de futebol, preparatórios para as Olimpíadas, esse fato não era mencionado. Ficava sendo apenas uma seleção de jovens treinando para um futuro remoto.

Dos títulos importantes conquistados pelo futebol brasileiro no mundo só o de campeões olímpicos ainda não foi alcançado. A seleção de Mano Menezes pode quebrar esse tabu que, se acontecer, não terá a narrá-lo o locutor oficial da Globo. Outro fato inédito.

A exclusividade da Record torna os Jogos Olímpicos deste ano mais discretos no Brasil, o que não é de todo mau. O idealismo do Barão Pierre de Coubertin, fundador dos jogos da era moderna, para quem o importante era competir, desapareceu há muito tempo. Hoje o importante é faturar.

Falando em 1992, numa conferência em Berlim, pouco depois dos Jogos Olímpicos de Barcelona, o sociólogo francês Pierre Bourdieu acusava o Comitê Olímpico Internacional (COI) de ter se transformado “numa grande empresa comercial, dominado por uma pequena camarilha de dirigentes esportivos e de representantes das grandes marcas comerciais (Adidas, Coca-Cola...) que controla a venda dos direitos de transmissão e dos direitos de patrocínio, assim como a escolha das cidades olímpicas”.

Muito antes disso, ainda nos anos 1970 ocorreu a virada mercantil dos jogos. A começar pelo fim da regra que impedia a participação de atletas profissionais. Completada com a dependência cada vez maior da TV. O espanhol Juan Antonio Samaranch, então presidente do COI, deixou isso claro ao dizer que "os esportes que não se adaptarem à televisão estarão fadados ao desaparecimento; da mesma forma, as televisões que não souberem buscar o acesso aos programas esportivos jamais conseguirão sucesso financeiro e de público."

Globo, Record e dezenas de outras emissoras em todo o mundo entenderam o recado. Assim como alguns esportes adaptaram suas regras para atender às exigências da TV. Tudo para facilitar o acesso das mensagens publicitárias às telas e às praças esportivas, mesmo se os produtos anunciados contrariem as boas práticas de uma alimentação saudável, sempre associada a vida dos esportistas.

Para as Olimpíadas de Londres, 42 empresas farão algum tipo de patrocínio relacionado aos Jogos. Entre as principais estão McDonalds e Coca-Cola, criticadas por médicos e ativistas sociais como responsáveis pelo aumento das taxas de obesidade nos Estados Unidos e na própria Inglaterra.

Claro que os campeões olímpicos devem passar longe desse tipo de alimentação, embora sirvam de garotos e garotas propaganda para aqueles produtos. O resultado são milhões de jovens estabelecendo a falsa relação entre as marcas anunciadas e o sucesso esportivo.

Os desdobramentos danosos das Olimpíadas não ficam por aí. As conquistas obtidas por atletas de ponta, exaltadas pela mídia, acabam por desqualificar a importância da prática esportiva moderada, sem exageros físicos, como fator de proteção à saúde.

Eventos esportivos não deixam de ser importantes para a divulgação de diferentes modalidades, desde que livres de imposições comerciais e patriotadas inconseqüentes. Devem ser tratados como momentos eventuais de processos contínuos, onde a prática esportiva é vista como lazer e não como uma disputa de vida ou morte.

*Laurindo Lalo Leal Filho é sociólogo, jornalista, professor de Jornalismo da ECA-USP. 

Fonte: Carta Maior