Reprovar proposta e manter negociação, afirmam docentes em greve

Diferente do que está sendo noticiado na grande mídia, os professores das universidades e instituições federais, em greve há 46 dias, reprovaram a proposta do governo federal apresentada na sexta-feira (13). Segundo o Comando de Greve Nacional da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes-SN), a orientação é de “reprovar a proposta apresentada pelo governo, com definição de estratégias para dar continuidade ao processo de negociação” e não simplesmente rejeita-la.



Durante toda esta semana, os sindicatos da categoria discutirão e votarão a proposta. Entre as orientações gerais do Comando de Greve Nacional também está a reafirmação da proposta de carreira aprovada pelo Andes-SN, manutenção e intensificação da greve com ampliando da paralisação das atividades e exposição de uma análise crítica da proposta do governo.

Até agora, segundo balanço dos servidores, há adesão, total ou parcial, em 56 das 59 universidades federais, em 34 dos 38 institutos federais, e nos dois Centros de Educação Tecnológica (Cefets), além do Colégio Federal Pedro II.

A próxima rodada de negociação entre os trabalhadores e o Ministério do Planejamento já está marcada para segunda-feira (23), às 14h, com o secretário da Pasta, de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.

A proposta de governo, que prevê ao longo dos próximos três anos, a partir de 2013, um aumento na remuneração somente do professor titular com dedicação exclusiva, de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil. Somente neste caso o reajuste é de 45%, como anunciou o governo. Já ao doutorado com dedicação exclusiva a proposta é de salário inicial de R$ 8,4 mil. A remuneração dos professores que já estão na universidade, com título de doutor e dedicação exclusiva, aumentaria de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil.

“A proposta traz elementos que ferem a carreira, não levando em conta a inflação total do próximo período, e fere até a autonomia universitária, dando ao MEC [Ministério da Educação] poderes para definir os critérios que vão determinar a progressão do professor dentro da universidade. Evidentemente, o MEC não vai ter conhecimento da realidade regional e, portanto, pode haver desigualdades. Além disso, a proposta privilegia somente uma minoria que são os doutores, na ponta da carreira, os titulares, e não atende a contento os mestres”, declarou o professor Luciano da Silva Alonso, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que integra o comando de greve local da UFRRJ.

Na base da Federal do Rio são 880 docentes que farão assembleia na quarta-feira (18). “Temos uma orientação do Andes Nacional de reprovar, mas é importante esclarecer à sociedade que toda a categoria vai discutir em cada uma das bases. Existe um trâmite da organização que precisa ser respeitado. O movimento está trabalhando com muita seriedade e respeito não somente com o professor mas também ao patrimônio público, já que é uma proposta que vai trazer sério problemas para a comunidade acadêmica brasileira, que atua com ensino, formação e pesquisa em benefício do país”, ponderou Luciano Alonso.

Luciano lembrou que em 2007 foi feita uma negociação muito semelhante com a que está sendo proposta, que parcelou o reajuste para 2008, 2009 e 2010. “O aumento foi efetivado em 2010. Mas, para você ver a situação como ficou crítica, em 2011 já estávamos na mesa de negociação com o governo, apresentando números da defasagem salarial”, lembrou o professor da UFRRJ.

Em 2011, o Andes-SN assinou um acordo emergencial com o governo, que previa, como um dos principais pontos, a reestruturação da carreira até 31 de março, o que não aconteceu. A entidade sindical propõe desde então uma carreira única, com 13 níveis de remuneração, com variação de 5% entre os níveis, a partir do piso para regime de 20 horas, o que corresponde ao salário mínimo estipulado pelo do Departramento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), atualmente em R$ 2.329,35, além de percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.

Para a Andes, a proposta apresentada em vez de reestruturar a carreira piorou essa organização. Apesar de ter reduzido de 17 para 13 níveis da carreira, a proposta do governo federal mantém na forma a hierarquização vertical da carreira, impondo barreiras para a evolução do profissional, não valorizando a grande maioria dos professores.

"O governo insiste em uma classificação hierarquizada, com ou sem distintas denominações, para o exercício de atividades da mesma natureza, com a mesma descrição de funções e a mesma finalidade. Com isso, cria barreiras impeditivas à evolução até o topo da carreira", diz um trecho do Comunicado do Comando Nacional de Greve, divulgado no domingo (15).

Para o presidente da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Supeior (Proifes-Federação), Eduardo Rolim, há pontos negativos e também positivos na proposta, além do governo ter acenado com uma nova proposta, o que demonstra a força do movimento grevista.

“Foi estabelecida uma equiparação salarial entre as carreiras do ensino superior e as carreiras técnicas, que chamamos de Básico Técnico e Tecnológico, ou EBTT. Mas, por outro lado, nosso sindicato é contra a unificação da carreira que traz prejuízos. Prova disso é que o governo criou agora duas carreiras que gerou retrocesso no EBTT, já que agora eles só poderão progredir até determinado patamar. A nossa proposta era de uma tabela salarial que tive como referência a carreira do Ministério de ciência e tecnologia (MCT) onde desde 2010, por exemplo, um doutor tem como teto R$ 14.200. Se a gente atualiza os índices de inflação para janeiro de 2013 dará R$ 17.200 de teto”, explicou o presidente da Proifes-Federação que tem pelo menos 20 mil servidores na base.

Ele também aponta que o governo “esqueceu” de calcular a inflação de 2011 e incluí-la na proposta. Além disso, lembrou que a previsão da inflação dos próximos três anos deveria corresponder à realidade, que é de pelo menos 5% ao ano.

Deborah Moreira
Da redação do Vermelho

Fundação Casa de Rui Barbosa premove concurso de monografias

Candidatos brasileiros ou estrangeiros têm até o dia 30 de julho para inscrever seus trabalhos no concurso de monografias Prêmio Casa de Rui Barbosa 2012, promovido pela Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), instituição vinculada ao Ministério da Cultura.

A temática da monografia é de livre escolha do candidato, devendo ser referenciada aos acervos bibliográficos e arquivísticos da FCRB. Os trabalhos deverão ser inéditos, escritos em língua portuguesa e assinados sob pseudonômino. O valor da premiação é de R$ 9 mil para o primeiro colocado e R$ 6 mil para o segundo.

As inscrições deverão ser feitas por via postal expressa (Sedex ou similar) e encaminhadas para: Prêmio Casa de Rui Barbosa - Fundação Casa de Rui Barbosa, Serviço de Arquivo Histórico e Institucional, Rua São Clemente, 134 – Botafogo, CEP 22260-000, Rio de Janeiro/RJ.

O resultado final será publicado no Diário Oficial da União e estará disponível no site da FCRB e do MinC a partir do dia 1º de outubro.


Fonte: Ministério da Cultura

Rio abre inscrições de projetos para carnaval 2013

Os blocos e agremiações carnavalescas interessados no financiamento da Secretaria Estadual de Cultura para o carnaval do ano que vem já podem se inscrever no site www.cultura.rj.gov.br. Estarão disponíveis R$ 1 milhão, que poderão ser usados em eventos e desfiles. Abertas hoje (16), as inscrições vão até 20 de agosto, mas ainda não foi definida a data para seleção dos projetos.


 escola de samba mirim
Escola de samba mirim / Foto: Veja Rio

Entre as categorias que podem concorrer aos recursos estão grupos de clóvis, bate-bolas, folião original, ranchos, afoxés, boi-pintadinho, blocos de embalo e de enredo, bandas carnavalescas, escolas de samba dos municípios do interior do estado e escolas mirins e dos grupos C, D e E. Também estão incluidos bailes populares e outros eventos carnavalescos ou pré-carnavalescos.

Segundo o diretor-geral da Escola de Samba Sossego, de Niterói, atualmente no Grupo de Acesso do carnaval carioca, Luis Gustavo Gomes, os recursos serão importantes para o desenvolvimento de projetos sociais na escola. "A verba é superimportante. Temos projetos socioeducativos e esportivos para pôr em prática, mas não temos verbas", disse ele.

No carnaval deste ano, tiveram projetos apoiados pela secretaria a Associação de Bandas Carnavalescas do Estado do Rio de Janeiro, que realizou 23 desfiles de bandas da capital; a Associação de Escolas de Samba Mirins, com desfiles de 16 agremiações; a União das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Niterói, com 40 desfiles; e o Bloco Cacique de Ramos, um dos mais tradicionais da capital fluminense. As inscrições para a seleção de projetos para o carnaval são gratuitas.

Fonte: Agência Brasil

Garanhuns: artistas homenageiam Gonzagão no Festival de Inverno

O Festival de Inverno de Garanhuns chega à 22ª edição prometendo dez dias de arte e cultura em homenagem ao eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A abertura do festival aconteceu no dia 12 de julho, com shows de Elba Ramalho, Dominguinhos, Família Gonzaga, Mourinha do Forró e o projeto Viva Gonzagão, com 12 artistas.



Gonzagão

Luiz Gonzaga é homenageado / Foto: Reprodução


A programação segue até o dia 21 de julho, com uma extensa programação. Serão 300 shows, com nomes como Milton Nascimento, Lulu Santos, Zélia Duncan, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Erasmo Carlos, Alcione, Jorge Vercilo, Renato Teixeira, Xangai, Lenine, entre muitos outros artistas. Além disso, 67 oficinas e 34 espetáculos de artes cênicas fazem parte da programação.

Ao todo, o festival vai contar com 12 polos, espalhados por toda a cidade de Garanhuns. Cinema, fotografia, literatura e todos os tipos de artes devem estar representados no festival. “É um festival de cultura, não só de música. É um festival da ordem de R$ 15 milhões, que já marca o calendário do estado. Neste ano, não podíamos ter outro homenageado que não Luiz Gonzaga", afirma o presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Severino Pessoa.

O secretário de Cultura de Pernambuco, Fernando Dutra, ressalta a importância de se homenagear o 'pernambucano do século'. "Todas as homenagens a Gonzaga neste ano vão ser poucas, dada a importância dele para a música brasileira. É como se Luiz Gonzaga fosse um ritmo que tem seguidores. Se pudéssemos dizer que ele é um gênero musical, diria que ele é o que tem mais seguidores", acredita.

Como parte das homenagens, a programação vai ter também uma exposição sobre o Rei do Baião, além de uma aula concerto sobre sua obra com mestre Camarão, que esteve presente na coletiva e deu uma prévia do que vai fazer no festival. "É um orgulho poder dizer que somos discípulos de Luiz Gonzaga", afirma Camarão, que foi acompanhado do filho, Salatiel D'Camarão.

Além de homenagear Gonzaga, o festival tem neste ano o foco em sustentabilidade, acessibilidade e empreendedorismo. "As lonas que produzirmos no festival, como testeiras [identificadores dos palcos], por exemplo, vamos recolher e produzir arte com eles, como bolsas, carteiras", avisa o coordenador geral do evento, André Frank.

Outra novidade é o Ambiente Criativo, no Polo Euclides Cunha. "É o nosso espaço voltado para o empreendedorismo, nesse ano, estamos mais do que nunca focados em sustentabilidade", ressalta André.

Sucesso nas outras edições, a programação circense deste ano terá duas sessões para cada espetáculo. "Assim, esperamos atender mais as famílias. Vimos ano passado muita fila para conferir as apresentações, inclusive com pessoas que acabaram não conseguindo assistir", justifica o coordenador.

O secretário de Cultura ressalta ainda a presença de grandes nomes não só da música, como da dança. "O Balé de Londrina vem pela primeira vez ao Nordeste e vai estar no FIG, esse é um ponto muito importante, mostra como estamos nos consolidando ano após ano", defende Fernando.

Um portal sobre o cinema pernambucano também será lançado durante o festival deste ano. “O cinema já é parte obrigatória do FIG, tendo uma programação muito especial, que foi feita em parceria com a Secretaria de Cultura”, explica André Frank.

Entre as novidades deste ano está também a Praça da Palavra, na Praça Souto Filho, em memória ao escritor Luiz Jardim, de Garanhuns, com um mini auditório e um café. "Vamos ter recitais, oficinas, é um espaço realmente dedicado à palavra", explica o coordenador do festival.

Infraestrutura

Para receber melhor os visitantes, a estrutura do festival vai realizar algumas mudanças, como a ampliação da praça de alimentação, projeto de sinalização, ampliação de alguns espaços e criação de espaços de convivência, como o café. “Vamos ter também um mapa do FIG, para facilitar o turista que vier para se guiar pelos polos”, explica André.

Além disso, como um dos focos do festival é a acessibilidade, os espetáculos de artes cênicas vão contar com tradução em libras e áudio-descrição, além de legendas nos filmes para surdos e programação do festival em braile. Nos palcos Guadalajara e Forró/Pop, rampas e camarotes adaptados para cadeirantes e com dificuldade motora serão montados.

Alguns polos só terão a programação divulgada a partir do dia 2 de julho, no site do festival. Confira a programação musical já divulgada pela organização do FIG:

Fonte: G1 PE