Museus do Rio exibem temáticas da Rio+20

Como parte dos eventos paralelos da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada de 13 a 22 de junho, duas exposições prometem agitar os corredores do Centro Cultural Banco do Brail e do Museu de Arte Moderna, dois dos mais importantes do Rio.


"Estradas de Seringas" (1984), no CCBB / Foto: Divulgação

Desde o dia 28, o CCBB-Rio sedia a exposição “Amazônia, ciclos de modernidade”, com curadoria de Paulo Herkenhoff. A mostra apresenta a história da modernidade na região amazônica, com cerca de 300 obras, desde o século 18 até os dias atuais.

A exposição apresenta a cultura visual da floresta, sua arte e particularidades antropológicas. São mil metros quadrados ocupados por fotografias, pinturas, aquarelas, desenhos, esculturas, objetos, vídeos e documentos raros. Na rotunda, uma instalação de arte popular criada por artesãos de Parintins mostra uma grande árvore onde se encontram animais da região amazônica, arbustos do açaí e do guaraná.

A primeira sala da exposição trata do estranhamento que é se aventurar na floresta. O visitante é recebido numa sala escurecida uma cena em que o índio Ymá Nhandehetama discorre sobre a condição indígena no Brasil. Uma pintura de Emmanuel Nassar e uma escultura de Frans Krajcberg apontam para as aflições da natureza amazônica, uma imagem de Serra Pelada de Sebastião Salgado fixam o imaginário da cena bíblica monumental da exploração do ouro. O imaginário amazônico, com seus fantasmas construídos sobre a natureza está numa pintura de Flávio-Shiró e na escultura de Maria Martins.

A sala do Iluminismo apresenta cerca de 100 obras do acervo da Fundação Biblioteca Nacional. Mapas raros, desenhos originais de Alexandre Rodrigues Ferreira e Antonio Landi, além de maquetes do Museu Naval e obras de Adriana Varejão e Marcone Moreira. Destaque ainda para a sala reservada do Museu Paraense Emílio Goeldi (Museu Goeldi), que mostra a transição para uma Amazônia moderna, sob o impacto do evolucionismo e de outras teorias (nova ciência) e também da Antropologia na constituição do saber. O espectador fica diante de uma ciência sobre a Amazônia e feita na Amazônia.

Cerrado em debate 

O artista plástico Siron Franco promoverá um videoinstalação multissensorial gratuita no Museu de Arte Moderna (MAM), centro do Rio, de 12 a 23 de junho. A mostra “Brasil Cerrado” foi criada especialmente a Rio+20, a pedido da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.

Serão mais de 600 metros quadrados de área montada do salão principal do museu, distribuídas em quatro salas e dois mega painéis. A exposição contará com sonorização dos espaços, aplicação de essências específicas do Cerrado brasileiro e a presença de elementos sensoriais como água e calor nos diferentes ambientes.

A destruição que assola o cerrado dá a tônica da segunda parte da instalação. A sensação de perda e de urgência fica clara e o visitante passa a entender as necessidades imperativas das ações de proteção ambiental do bioma do Cerrado, o segundo maior do país. “A intenção é provocar conforto e desconforto. Apresento o acolhimento que a natureza nos proporciona e também a destruição que o homem vem causando”, afirma Siron Franco.

Serviço

“Amazônia, ciclos de modernidade”
Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB RJ 
Rua Primeiro de Março, 66. Centro 
Tel: 21 3808-2020
Terça a domingo, 9h às 21h 
Até 22 de julho
Entrada gratuita

“Exposição Brasil Cerrado” – Siron Franco
Museu de Arte Moderna (MAM)
Av. Infante Dom Henrique 85 - Parque do Flamengo
Tel: 21 2240-4944 
12 a 23 de junho
Segunda a sexta, 11h às 18h /sábados, domingos e feriados, 11h às 19h 
Entrada gratuita

Profº Cleber de Oliveira

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